sexta-feira, 25 de setembro de 2015

TerrAzul – Movimento Ecológico Biocêntrico: VISÕES e VALORES

TerrAzul – Movimento Ecológico Biocêntrico
VISÕES e VALORES

O TerrAzul – Movimento Ecológico Biocêntrico surge surge da necessidade de preencher uma enorme lacuna que existe na sociedade portuguesa e que se caracteriza pela ausência de um movimento ecológico plenamente biocêntrico e independente. Um movimento ecológico ambicioso nos seus valores, propósitos e que possua um orientação “de bases”, ou seja, não burocratizado, “não tecnocratizado” e independente do próprio sistema que gera, por inerência, a generalidade dos diversos problemas ecológicos e sociais que caracterizam os “nossos tempos”.
O TerrAzul – MEB tem por objectivo constituir-se como uma organização dinâmica e determinada na defesa dos valores e pensamento Ecológico Biocêntrico, do Bem-Estar de todas as comunidades e indivíduos humanos e não humanos, com particular enfâse na protecção dos diversos ecossistemas ecológicos da Terra e culturas tradicionais.
A sociedade civil, em larga medida mergulhada numa cultura de consumo criada à imagem dos interesses dos grandes grupos económicos corporativos, ainda se encontra demasiadamente distante do movimento ecológico (e vice-versa). Mesmo no seio deste tende a existir uma abordagem excessivamente “acomodada” e de mera mitigação do sistema económico e ideológico dominante, que é no essencial a base da grande generalidade dos problemas globais. É ainda de salientar que uma grande parte das associações possui um carácter focado essencialmente na vertente conservacionista (que tem naturalmente o seu valor e importância) mas recusa-se a integrar na sua acção uma análise crítica às questões de ordem social, assim como económica e que acabam por lhe estar grandemente associadas.
É ainda de referir que a sua base de pensamento é inúmeras vezes de ordem antropocêntrica, ou seja, de preservação da Natureza na medida do valor de utilidade que ela possui para a espécie humana e não de preservação da Natureza e dos ecossistemas naturais pelo seu próprio valor intrínseco. É pois todo este imenso vazio de pensamento e acção que, à sua escala, o TerrAzul – MEB pretende preencher.
Não pretendemos um “regresso ao passado” pré-industrial mas acreditamos que é fundamental uma observação crítica dos modelos e estilos de vida modernos no sentido de perceber em que medida estamos a gerar comportamentos e acções negativas.
Somos um Movimento que assume como valores básicos e essencais:
  • O Biocentrismo
  • O Ecologismo “de Bases”, ou seja, de tod@s e para tod@s
  • Justiça social e económica à escala local e global, baseada em modelos comunitários e de base local
Se te revês neste manifesto, assim como nestes princípios e valores, se sentes o apelo para, em conjunto com outr@s companheir@s, seres e criares “a mudança que queres ver no mundo” então talvez o TerrAzul – MEB seja uma óptima oportunidade para ti.
Contacta-nos indicando quais as tuas principais áreas de interesses assim como as competências em relação às quais te sentes mais confortável e que poderão dar um contributo melhor ao Movimento. Competências e áreas como: Design gráfico, redacção de textos, programação e gestão de conteúdos web, acções de sensibilização, acções de protesto, organização de eventos, arquivo documental, etc.
Pela Mãe Terra, 


TerrAzul – MEB
 
Terrazul – Movimento Ecológico Biocêntrico


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

MANIFESTO de MATOSINHOS, 23 de Setembro de 2015


MANIFESTO de MATOSINHOS
23 de Setembro de 2015

Somos os filhos de uma geração que, em Portugal, nasceu e cresceu no seio de uma sociedade dita industrial (ainda que a indústria tenha vindo a ser em grande medida “deslocalizada” e substituída pelos designados “serviços”). Somos os filhos de uma geração que nasceu e cresceu numa sociedade que se designou “de consumo”. Em relativamente poucas décadas os nossos modelos e estilos de vida alteraram-se radicalmente.
Passamos de uma sociedade com uma matriz essencialmente agrícola e artesanal para uma sociedade essencialmente especulativa e “massificada”, onde a agricultura, assim como muitas outras actividades tradicionais, passaram a ter um papel que se pode considerar marginal.
Os habitates naturais e as paisagens rurais, assim como naturais, viram-se profundamente alteradas por uma febre de construção e expansão urbano-industrial desenfreada caracterizada pela “explosão” de todo um conjunto de mega-obras construções, tais como estradas e auto-estradas, barragens, plantações massificadas de espécies não autóctenes (com destaque para o eucalipto), habitações “betonizadas” em larga escala, etc.
Os modelos de comércio de grande escala (shoppings, supers, cadeias de disconto, etc.) passaram a adquirir uma cada vez maior hegemonia, levando, entre outros factores, ao quase aniquilamento dos modelos de comércio de pequena escala e à decadência das economias locais.
Corporações com cada vez maior poder financeiro possuem cada vez maior poder e capacidade de influência à escala global, determinando em larga medida aquilo que são as nossas opções, relações económicas e sociais, assim como as mais diversas características, aos mais variados níveis, da nossa própria realidade.
Vivemos mergulhados num sistema económico onde uma avidez desenfreada leva à destruição dos diversos sistemas ecológicos do planeta, assim como ao extermínio de espécies e seres vivos. Leva também ao desaparecimento de inúmeras comunidades locais e seus modos de vida ancestrais um pouco por todo o planeta, e à exploração de milhões de seres humanos e não humanos.
Parece-nos cada vez mais difícil acreditar numa sociedade onde a nossa relação com o “meio-ambiente” e com as outras espécies animais não parta de uma matriz “utilitarista” humana e de exploração capitalista.
Parece-nos cada mais vez mais difícil conceber um modelo de relacionamento social não baseado na competição e exploração de milhões de seres humanos e não humanos por parte de uma pequena elite com um excessivo poder económico, militar e até “cultural”.
Assim sendo e não negando o “como aqui chegamos”, chegou o momento de nos unirmos em torno de um ideal, de uma visão, de um sonho da uma sociedade guiada por outros princípios e valores. Por uma sociedade “ecotópica” onde buscamos uma real e profunda integração nos ecossistemas naturais que sustentam a vida terrestre. Por uma sociedade com um carácter “comunitário”, onde junt@s criamos estilos de vida integrados pelos valores do humanismo, da solidariedade entre indivíduos, comunidades e espécies, por uma sociedade onde a Paz seja possível e cada vez mais uma realidade para todos os seres.
Caminhamos pois rumo a esse horizonte utópico mas real, longínquo mas cada vez mais próximo em cada passo, incerto mas ao mesmo tempo claro nos nossos corações e espírito.
Vamos pois criar a realidade com que sempre sonhamos. O momento de o fazermos é agora.

Terrazul – Movimento Ecológico Biocêntrico